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Conheça o CEP

CEP em ação

O uso de diferentes materiais plásticos nas sociedades modernas cresceu globalmente nas últimas décadas, tanto em áreas urbanas quanto rurais. Até 2015, aproximadamente 6,3 bilhões de toneladas de plástico foram produzidas, a maior parte sem o devido gerenciamento de fim de vida (Geyer, Jambeck & Law, 2017).

As propriedades únicas do plástico, associadas ao baixo custo de produção e à facilidade de aplicação, fazem dele uma opção em diversos processos e condições. O plástico contribuiu para o aumento da produção agrícola, melhorando a qualidade e a produtividade em todo o mundo.

O uso global anual de filmes plásticos na produção agrícola é estimado em 7,4 milhões de toneladas (Sintim & Flury, 2017), utilizados principalmente para cobertura de estufas e mulching do solo (Food and Agriculture Organization – FAO, 2021). No entanto, outras soluções incluem:

  • Sacos plásticos para silagem
  • Irrigação por gotejamento
  • Estruturas
  • Dutos de hidroponia
  • Apetrechos de pesca

 

Os polímeros plásticos podem ser usados em diversas culturas, incluindo as mais difundidas e conhecidas, bem como em silvicultura, citricultura, aquicultura e café, entre outras.

CEP em ação

Nesse contexto, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Braskem S.A. estabeleceram uma parceria público-privada para criar o Centro de Engenharia em Plasticultura (CEP), um centro científico e tecnológico de pesquisa e inovação em plásticos dedicados às aplicações agrícolas.

Fapesp é uma fundação pública do Estado de São Paulo, financiada por contribuintes para apoiar projetos de pesquisa em universidades e instituições de pesquisa em todas as áreas do conhecimento.

Braskem é comprometida em contribuir para a cadeia de valor, fortalecendo a economia circular com uma visão global de futuro, orientada para as pessoas e a sustentabilidade.

A Braskem possui um DNA inovador e um portfólio abrangente de resinas plásticas e produtos químicos para diversos segmentos, como embalagens de alimentos, construção, manufatura, automotivo, agronegócio, saúde e higiene. Com 40 unidades industriais no Brasil, Estados Unidos, México e Alemanha, a Braskem exporta seus produtos para clientes em mais de 71 países.

Objetivos do CEP

O novo Centro de Engenharia em Plasticultura (CEP) foi criado para:

  • Aumentar o desempenho dos produtos
  • Adaptar soluções plásticas existentes para diferentes culturas
  • Abordar questões específicas e contribuir para uma agricultura mais resiliente

 

Além de desenvolver novas soluções plásticas, o CEP está comprometido com a sustentabilidade dessa cadeia, realizando análises econômicas e ambientais de produtos e aplicações.

O CEP tem sede na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo, e conta com:

  • Mais de 60 pesquisadores associados de diferentes instituições
  • 31 estudantes

 

Equipe administrativa

É um grupo multidisciplinar que reúne especialistas em silvicultura, agricultura orgânica, cultivos protegidos, economia, aquicultura, polímeros, reciclagem, economia circular, engenharia química e design.

As atividades do CEP estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e enfrentam os principais desafios ambientais globais. O centro busca contribuir para a segurança alimentar sustentável no cenário atual de mudanças climáticas.

Os produtos plásticos têm contribuído para a redução do consumo de água, fertilizantes e defensivos agrícolas, e devem incluir diligentemente a Economia Circular em todos os cenários projetados.

CEP em ação

Além de desenvolver aplicações de plásticos agrícolas em diversas culturas, o CEP também pesquisa formas de promover a circularidade dos materiais pós-uso.

O crescente uso de plásticos em ambientes agrícolas tem levantado preocupações sobre os Resíduos Plásticos Agrícolas (RPA). A plasticultura aumentou a produtividade, a qualidade dos alimentos, o rendimento e a renda dos agricultores, contribuindo para o crescimento do setor agrícola. No entanto, o manejo inadequado dos resíduos plásticos pode gerar efeitos indesejáveis.

 

Economia Circular e Logística Reversa

O grupo de trabalho do CEP em Economia Circular e Logística Reversa busca soluções sustentáveis para essa cadeia alimentar. As tarefas de pesquisa foram divididas em três frentes:

  • Mapeamento das fontes de geração de RPA
  • Análise espacial para logística reversa
  • Impacto ambiental

Uma discussão global significativa tem ocorrido sobre os impactos negativos do pós-uso de plásticos na agricultura (FAO, 2021). Os países estão trabalhando em direção a um tratado global para enfrentar esse problema, mas ainda há um longo caminho até que conceitos se tornem iniciativas concretas.

A FAO promoveu discussões para estabelecer um código de conduta voluntário especificamente para RPA (Karasik et al., 2024).

O Brasil implementou iniciativas eficazes para o gerenciamento de resíduos agrícolas, como:

  • O Sistema Campo Limpo
  • O programa Eu Plastifico, Nós Reciclamos

Esses esforços servem como exemplo de sucesso para outros países, mas é evidente que mais ações ainda são necessárias.

CEP em ação
A fase inicial do nosso trabalho concentrou-se na primeira frente de pesquisa: mapeamento de RPA. Ela avançou rapidamente e resultou em duas publicações.

Aplicamos algoritmos de aprendizado de máquina (ML) em imagens de sensoriamento remoto (SR) para identificar áreas agrícolas com mulching plástico (PMF) e estufas plásticas.

O avanço atual do ML inaugurou uma nova era de análise de dados de imagens, melhorando o desempenho em muitas tarefas de SR com o uso de dados de satélite em larga escala.

Um de nossos artigos publicados testou se uma abordagem simplificada de séries temporais minimiza a confusão de PMF com o fundo, utilizando menos processamento do que uma série temporal completa.

Foram avaliadas classificações baseadas em pixels e em objetos em imagens harmonizadas Sentinel-2 nível-2A, adicionados índices plásticos e comparados seis classificadores.

O melhor resultado apresentou uma acurácia geral de 99,7% na avaliação baseada em pixels, utilizando o classificador multilayer perceptron (MLP).

A série temporal de 3 composições de 30 dias aumentou a acurácia e reduziu a confusão com o fundo, sendo uma alternativa viável para superar o impacto da cobertura de nuvens em determinadas épocas do ano.

O mapa de PMF apresentado foi pioneiro na América Latina, representando o primeiro passo para promover a circularidade dos plásticos agrícolas na região e minimizar os impactos dos RPA no meio ambiente.

Também estamos explorando e inovando nas segunda e terceira frentes de pesquisa, e novas publicações científicas serão divulgadas em breve.